sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Em 20 minutos.

      Acordei pensando se aquele momento aconteceria de novo, se tudo se repetiria e como eu reagirei da próxima vez, mas espera... Eu ainda nem falei o que foi que aconteceu, não é?! Então vamos lá, vou contar uma história verídica (ou não) sobre uma situação que me ocorreu. Na verdade, só vai compreender quem já andou em transporte público.
     Toda noite antes de ir pra aula, tenho meu ritual, conferir e-mail pessoal, e-mail da sala, facebook, twitter, e sair. Eis que neste dia em questão me distraí, por alguns minutos, e acabei "me atrasando" para pegar minha condução, mas até aí tudo bem eu sempre saio mais cedo do que o necessário, não chegaria atrasado para a aula de qualquer jeito. Fui até o ponto tranquilamente e aguardei até que chegou, até hoje não sei o motivo, mas o ônibus passou direto e eu fiquei lá sem entender, bom neste caso eu já me preocupei, chegaria em cima da hora na aula e eu não gosto disso, meu humor sumiu eu já estava irritado, criticando e xingando mentalmente todo ônibus que passava. Quando veio o próximo fiquei com a mão esticada, quase que balançando e representando aqueles bonecos de ar que ficam em postos de gasolina. 
      Entrei e o único lugar disponível para sentar-me (sim, sou preguiçoso e gosto de ir sentado nos bancos) era ao fundo, naqueles que você é  obrigado a andar abraçado consigo mesmo pra não ficar esfregando os braços nos outros e receber aquele olhar de "Não toque em mim, seu tarado.". Claro, como se eu tivesse uma cara ofensiva, mas tudo bem, eu não havia reparado que bem do meu lado, apenas dois bancos de diferença estava sentado "ele", tudo que sonhei pra minha vida, o pai dos meus filhos (haha, não é um personagem pessoal, era eu pensando mesmo). Fiquei encarando sem perceber, e de repente ele olhou pra mim ou em minha direção, prefiro a primeira opção, mas no susto fingi que eu olhava para fora observando pela janela as árvores (ah, por favor, estava de noite não tinha muito o que observar mas eu precisava disfarçar), foi um segundo que pra mim durou anos, deu tempo de planejar todo nosso futuro juntos.
     Começou aquele jogo do olhar panorâmico, enquanto eu percebia que ele olhava pra outra direção eu olhava, qualquer movimento brusco que ele fizesse eu já coçava os olhos, mexia no celular, procurava algo na mochila que eu sabia que não estava lá, e segui assim até que me toquei que eu precisava descer e deixar todos os meus sonhos e desejos para trás, e isso já me deixou mal humorado de novo. Parei de olhar, e de reparar, mas meus olhos batiam involuntariamente naquela direção.
     Fim do percurso, eu já ia me levantar quando, adivinhem, quem puxou o sinal? Exatamente, uma outra pessoa qualquer dentro do ônibus e me levantei e quando me dei conta ele estava parado em pé ao meu lado, o coração disparou, a pressão diminuiu, a mão esfriou, a porta se abriu e tudo isso acabou. Segui meu caminho até a aula e nunca mais o vi. Mentira, eu o vi sim, mas como eu disse, a história pode ser verdadeira, ou não.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A verdadeira história sobre o amor.

    Um amigo contou-me uma história da qual não sei a fonte, nem a veracidade do conteúdo, mas fiquei comovido de tal forma que não consigo me conter e preciso compartilhar, a história não é bem o que se espera ouvir mas se você começar a ler, por favor, não pare até chegar no final.

       Muito tempo atrás, diziam os antigos que enquanto as pessoas dormiam, os sentimentos aproveitavam pra sair e festejar, desprendendo-se dos corpos, sentiam se livres para fazer o que bem queriam. E em uma dessas fugas eis que a Loucura propôs uma brincadeira a todos os sentimentos que ali estavam, brincar de se esconder. Todos estavam tão animados que aceitaram no mesmo instante, então a Loucura começou a contar "Um, dois, três,... vinte e cinco,...".
     Todos corriam de um lado para o outro procurando algum esconderijo, a Pressa se escondeu embaixo da primeira pedra que encontrou e lá ficou. O Triunfo subiu até o topo da montanha mais alta esperando não ser visto. A Inveja nada contente se escondeu sobre as sombras do Triunfo. A Paixão com seu corpo quente como o Sol se escondeu dentro de um vulcão. Enquanto isso a Loucura contava "...trezentos e cinquenta mil, trezentos e noventa mil, quinhentos e vinte mil,..." e a Indecisão parada logo atrás não conseguia decidir onde se esconderia "Atrás daquela moita, não! Embaixo daquele tronco, não! Dentro daquele buraco, não..." e continuou assim enquanto a contagem continuava. A Verdade vendo todo aquele alvoroço disse "Eu não irei me esconder, ficarei aqui onde todos podem me ver.", a Mentira não sabia o que fazer então parou ao lado da verdade para se passar por outra verdade. O Amor encontrou um campo de rosas e se escondeu no vão de uma das pétalas. A Felicidade, quando conseguiu parar de rir subiu numa árvore e sua irmã a Alegria subiu em outra logo ao lado. Muitos outros sentimentos se esconderam em lugares inimagináveis eis que então ouviu-se um grito "UM MILHÃO, AQUI VOU EU!".
     A Loucura saiu correndo, procurando sem pensar em todos os lugares, porém enquanto corria tropeçou em uma pedra. A Pressa consequentemente foi a primeira a ser encontrada. A alegria que via tudo ali de cima da árvore começou a rir e a Felicidade não se contentou e começou a rir porque viu sua irmã rindo. As duas foram encontradas. A Inveja quando viu a Loucura se aproximar disparou a gritar "Aqui, o Triunfo está aqui!!!" apontando para o alto da montanha, infelizmente ela acabou se entregando. De repente o vulcão entrou em erupção, e enquanto a lava escorria algo diferente acontecia,a lava do vulcão começou a esfriar e endurecer, a Paixão quando não é transformada em amor ela acaba esfriando e isso fez com que ela fosse encontrada. A Verdade ali parada disse "Eu sou a verdade e não temo ser encontrada!" porém uma outra Verdade parada logo ao lado disse o mesmo, a loucura não hesitou e de um grito assustador e enquanto as verdades corriam notou que uma delas mancava, a Mentira fora descoberta pois todos sabiam que ela tinha a perna curta. A Indecisão ainda estava lá decidindo onde se esconder, ou seja não foi difícil encontrá-la.
     No meio daquela brincadeira, os sentimentos correndo, saindo de seus esconderijos, a Loucura desajeitada e sem pensar arrancou uma rosa do campo e começou a bater em todas as outras rosas, e sem perceber acabou acertando em um espinho e furou os olhos do Amor, que sangrava sem parar. A brincadeira acabou no mesmo instante, e a Loucura ouvindo conselhos da Culpa tomou uma decisão, a partir daquele momento ela guiaria e cuidaria do Amor.

    E é por isso que hoje o Amor é cego e a Loucura está sempre acompanhada!


Créditos ao meu amigo: André quem me contou esse conto!
(O texto contém algumas alterações minhas é claro.)